Além de filmes, peças e festivais, Alta Floresta também contribui com a produção de videodanças, que é um produto híbrido – uma mistura entre o audiovisual e a dança e que tem como principal elemento o movimento. Nesse contexto, o Teatro Experimental de Alta Floresta teve o Projeto ‘Padrão Não’ selecionado através do EDITAL N° 10/2021/SECEL/MT – AUDIOVISUAL, para execução dessa videodança, que tem as gravações realizadas em Alta Floresta entre os dias 16 e 19 de março.
Neste projeto, a direção e argumento são da atriz e bailarina, Cassiane Leite e a produção de Angélica Muller. O roteiro foi produzido por Ronaldo Adriano e Fernando Zílio e a direção de arte está sendo executada por Angélica e Ronaldo. O elenco é composto por quatro bailarinas: Nina Rodrigues, Flávia Silva, Gisele Cardoso e Júlia Figueiredo.
Sobre essa produção, a diretora, Cassiane Leite, esclarece que é sua primeira experiência nesta função. Acrescenta ainda que “Ainda na feitura do projeto nós decidimos que teria que ser liderado pelas mulheres do grupo, já que o tema é do universo feminino nada mais justo do que ser conduzidos por mulheres. Embora eu tenha experiência em alguns trabalhos de audiovisual nunca estive no lugar de diretora, ocupar esse cargo numa obra que tem tanto a falar do que nós mulheres sofremos e das reflexões que podemos trazer acerca do tema ao mesmo tempo é um privilégio e um grande desafio”.
Cassiane ainda enfatiza a importância do projeto e da temática abordada, com relação ao desafio de discutir esse tema. Sobre o processo de produção, ela descreve que “o elenco tem se desdobrado em trazer para o corpo de forma poética algo tão cruel, um padrão de beleza inalcançável é uma carga pesada para todas as mulheres, nos ensaios mergulhamos em situações que nos atravessam diariamente, algumas notadas facilmente e outras que passam desapercebidas”.
Nina Rodrigues, bailarina do projeto, também fala sobre sua experiência neste trabalho, e descreve que gostou muito da pesquisa e das discussões e que esse processo a ajudou a se compreender mais neste contexto. Com a experiência, a bailarina aponta que “Consegui perceber o quanto isso está presente na sociedade, o quanto a mídia faz de tudo por essa busca do padrão ideal. A busca pela perfeição é imposta para as mulheres, todas as cobranças estéticas e de comportamento”. Completa ainda que acredita que “o projeto vai trazer essa reflexão para quem assistir e que é isso que a gente pode fazer para ir mudando esse pensamento da sociedade, para as mulheres conseguirem levar a vida de forma mais leve”.
A previsão de conclusão do projeto e exibição da videodança é junho de 2023
Mequiel Zacarias Ferreira – ASCOM TEAF